1. Um sentimento vivo de nossa necessidade nele, e da insuficiência de todas as demais 'seguranças'. Nunca iremos pedir socorro a Deus se admitimos que podemos ser, fazer ou viver sem Ele.
2. Uma firme convicção na Sua Auto-suficiência. Depois de vermos nossa necessidade e insuficiência, nossa pobreza, nossa miséria, nossa cegueira e nudez, que somos enormementes necessitados, o próximo passo é buscarmos ajuda onde podemos encontrar: é preciso ver que Deus é suficiente para nos ajudar. Devemos acreditar em sua onipotência e que ele é capaz de fazer tudo que precisa ser feito para nós.
3. Uma firme confiança na natureza misericordiosa de Deus, e que ele está disposto a nos ajudar e agir por nós: a confiança em Deus é uma confiança em sua misericórdia e em sua bondade. Muitos se afastam de Deus porque acham que eles cometeram um pecado tal, que não há misericórdia em Deus o suficiente para eles.
4. Um amor a Deus: não há tal coisa como confiar em Deus, enquanto somos inimigos dele e o odiemos, não é possível ir a Deus, e docemente repousar nossas almas sobre Ele enquanto temos uma aversão e uma antipatia a Ele como todos nós naturalmente fazemos. Assim que entramos nesse mundo olhamos para trás, para Aquele que nos fez e fugimos como se Ele fosse um inimigo mortal e continuamos a correr com toda a nossa força, até que Ele revele sua beleza e sua excelência a nós e nos transforme e nos faça amá-lo: assim nós nos voltamos calmamente para confiar e descansar nele.
5. Uma viva esperança que ele vai dispensar sua misericórdia sobre nós: não podemos dizer que confiamos em Deus a menos que temos a esperança de que Ele vai derramar sobre nós aquilo para o qual confiamos. Como podemos confiar sem a esperança de que Ele concederá aquilo para o qual confiamos? Portanto uma vez que nós nos agarramos a essa esperança, decorrentes desta crença e amor a Deus, não resta outra coisa senão confiar nEle.
6. Um descanso e satisfação na alma,
decorrentes de tal crença de amor e esperança em Deus. A visão de grande necessidade e perigo faz com que
o homem fique inquieto e desconfortável: quando a cada minuto ele vê
perigo e destruição a sua volta e não ver nada nem ninguém que possa ajudá-lo
ele permanece agitado e angustiado de espírito. Mas, quando ele vê um Deus que pode
salvá-lo, e está pronto, e é muito disposto a fazer, e além disso tem dado sua
palavra e juramento que vai fazer, que esse Deus é excelente e amável digno de
confiança e dependência: ele então espera em Deus, e coloca sua dependência
nele, e por isso não teme mais os males que o ameaçava. Segue-se um
descanso, satisfação e tranquilidade na alma, esse confiar em Deus, esse
descansar em Deus, essa satisfação de acreditar em Deus, amando-o, e esperar
nele é a confiança de que falamos.
Quem assim confia em Deus está seguro.
Jonathan Edwards