De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te
amei; por isso, com benignidade te atrai. Jr 31.31
O
Senhor nos amou por isso nos viu. Nos viu
primeiro porque no princípio era Deus. Tal como a mãe vê primeiro a criança
recém-nascida antes que essa a veja, Deus nos viu primeiro. Deus nos viu
primeiro porque nos viu desde a eternidade. Deus
nos viu primeiro porque foi Ele que nos
criou: Deus nos viu como projeto. Deus nos viu em construção. Deus nos viu
em acabamento; Deus nos projetou, Deus nos construiu, Deus nos trouxe à
existência, Deus nos viu primeiro em todos esses sentidos. Por que atraimos a
olhar de Deus? Pode o leproso atrair o olhar do Rei? O que atraiu o olhar do
Rei foi nosso estado de mendicância. Assim como o doente atrai o olhar do
bondoso médico. O amor benevolente de
Deus não amou porque faltava, amou porque havia em abundância. Amor de Deus se
compraz em completar. Porque é melhor dar que receber. Amor que supera o amor
dos pais pelos filhos. Amor que supera o amor dos amantes. Como os raios de sol
leva vida ao universo a luz do olhar de Deus cria vida em nosso frio coração.
Por que Deus nos amou como amor eterno?
1. Porque o maior
fruto desse amor desabrochará na eternidade.
O
tempo não cobre a extensão, a profundidade e a largura desse amor. Enquanto peregrinamos
por esse mundo temos alcançado o privilégio de ter um vislumbre desse amor enquanto
objetos desse amor de ‘tal maneira’ com o qual fomos amados. Como somos
imortais e não eternos, finitos e não infinitos, teremos ‘toda’ a eternidade
para compreendermos e sentirmos esse amor que foi e que é de eternidade a
eternidade. Nossa felicidade glorificará a Deus. E a glória de Deus será nossa
fonte inesgotável de alegria.
2. Porque a salvação prometida a nós necessitava de um amor imutável.
É impossível
que Deus nos assegure uma salvação eterna sem que nos ame com amor eterno. Esse
amor eterno nos elegeu ainda na eternidade (Ef.1) e aflorou no tempo em
sombras, em tipos, em pactos, em alianças, em dispensações, de uma geração a outra a atemporalidade desse
amor foi-nos confirmada. “Lembra-te,
Senhor, das tuas misericórdias e das tuas bondades, que são desde a eternidade.”
Salmos 25.6
Uma
outra observação importante é que mesmo o homem não sendo eterno, é imortal, o
imortal não é eterno porque teve início, mas durará eternamente “também pôs a eternidade no coração
do homem”(Ec 3.11). Não será
aniquilado. Não sofrerá destruição. Desta forma fica claro que imutabilidade do
amor é resultado da eternidade do Deus que ama. Visto que a imutabilidade é uma
qualidade do que é eterno, o amor com o qual Deus amou sua igreja não sofrerá
mutações. O amor em Deus é. Deus não muda suas promessas. Deus não revogará o
desígnio de salvar os homens por intermédio da morte de um substituto. O plano
redentivo de Deus começa na eternidade e desembocará na eternidade.
3. Porque o gozo infinito que nos é prometido depende de um amor eterno.
O
salmista diz: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há
plenitude de alegria,na tua destra, delícias perpetuamente.” Salmos 16.11
Paulo também diz, “Mas,
como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais
penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” I
Co. 2.9
Deus
promete ‘delícias perpetuamente’ ‘para aqueles que o amam’ = gozo para quem o
ama. O amor é o meio pelo qual desfrutaremos esse gozo infinito. A menção aos
sentidos é que o que nos é prometido não
se compara a nenhuma experiência de felicidade terrena. O que de mais belo os
nossos olhos já viram nesse mundo? Não se compara a alegria que a beleza da
santidade de Deus provocará nos olhos dos puros de coração. O ver será gozo. Amém
Pr. Lindomar Moreira