"Acredito que estaria cumprindo o meu dever
de elevar os afetos dos meus ouvintes tão alto quanto me fosse possível, posto
que eles não sejam afetados por nada, senão pela verdade, e por afetos que não
discordem da natureza do assunto. Sei que já é velha praxe desprezar um modo de
pregar muito caloroso e patético; e só tem sido apreciados como pregadores
aqueles que mostram a mais ampla cultura, poder de raciocínio e correção na
linguagem. Mas humildemente concebo que foi por falta de entender ou de estudar
devidamente a natureza humana, que já se pensou que ela tem a maior propensão
para atender aos fins da pregação; e a experiência da época passada e da atual
confirma sobejamente o mesmo. Embora seja certo, como eu disse antes, que a
clareza do discernimento, a ilustração, o poder de raciocínio e um bom método
de manejo doutrinário das verdades da religião, de muitas maneiras são
necessários e proveitosos, e não devem ser negligenciados, todavia, não é o
aumento no conhecimento especulativo de teologia que as pessoas necessitam tanto
como algo mais. Os homens podem ter grande soma de luz, e não ter nenhum calor.
Quanto dessa espécie de conhecimento tem havido no mundo cristão na época
atual! Porventura já houve alguma época em que o vigor e a penetração da razão,
a extensão da cultura, a exatidão do discernimento, a correção do estilo e a
clareza de expressão fossem tão abundantes? E, contudo, houve alguma época em
que tenha havido tão pouco senso da
malignidade do pecado, tão pouco amor a Deus, disposição
celestial e santidade no viver, entre os que professam a religião verdadeira?
Nossa gente não precisa ter suas cabeças abastecidas, tanto como precisa ter
os seus corações emocionados; e a nossa gente está na maior necessidade da
espécie de pregação mais propensa a fazer isso" Jonathan Edwards
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