Quando o Querer e o Dever Não se Harmonizam - John Piper
Se o seu “querer” não se conforma com o “dever” estabelecido por Deus, o que você pode fazer para ter paz? Vejo pelo menos cinco estratégias possíveis.- Você pode evitar pensamentos sobre o “dever”. Esta é a estratégia
mais comum no mundo. Muitas pessoas simplesmente não dedicam energia
para considerar o que deveriam estar fazendo e não o estão fazendo. É
mais fácil apenas deixar o rádio tocando.
- Você pode reinterpretar o “dever”, para que este se pareça com o
seu “querer”. Isto é um pouco mais sofisticado; portanto, não é muito
comum. Geralmente exige uma educação especializada, para ser feito com
credibilidade; ou, a graduação em um seminário pode fazer isso com
requinte. (Eu acredito firmemente tanto na educação especializada como
no seminário!)
- Você pode reunir os poderes da sua vontade para realizar uma
forma de “dever”, embora não tenha o “querer” em seu coração. Isso
parece muito bom e, freqüentemente, é mal interpretado como uma
virtude, até por aqueles que o fazem. De fato, há uma filosofia que diz:
“O dever sem o querer é a essência da verdadeira virtude”. O problema desta filosofia é que Paulo disse: “Deus ama a quem dá com alegria” (2 Coríntios 9.7). Isso coloca os que contribuem por “dever” em uma situação precária.
- Você pode sentir contrição pelo fato de que o seu “querer” é
muito pequeno e frágil — como um grão de mostarda. Depois, se você tiver
a capacidade, cumpre o “dever” pelo esforço da vontade, enquanto
lamenta que seu “querer” seja fraco e ora para que este logo seja
restaurado. Talvez este até seja restaurado enquanto você realiza o
“dever”. Isto não é hipocrisia. A hipocrisia oculta a ausência do
“querer” e finge que ele existe. A virtude confessa o desejo deficiente
na esperança de que a graça perdoará e restaurará.
- Por meio da graça, você pode buscar a Deus, para que Ele lhe dê o “querer”, de modo que, chegando o momento de cumprir o “dever”, você terá o “querer”. Em última instância, o “querer” é um dom de Deus. “A mente da carne é hostil para com Deus... e não é capaz de submeter-se à lei de Deus” (Romanos 8.7 — tradução do autor). “O homem natural não pode entender as coisas do Espírito de Deus... por que elas são apreciadas espiritualmente” (1 Coríntios 2.14 — tradução do autor). “Na expectativa de que Deus lhes conceda... o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade” (2 Timóteo 2.25).
A obra soberana e espontânea de Deus em mudar o coração é a nossa única esperança. Portanto, temos de pedir-Lhe um novo coração. Temos de orar para que Ele nos dê o “querer” — “Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça” (Salmos 119.36). “Alegra a alma do teu servo, porque a ti, Senhor, elevo a minha alma” (Salmos 86.4). Deus prometeu fazer isto: “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos” (Ezequiel 36.27). Isto é a nova aliança comprada com o sangue de Jesus (ver Hebreus 8.8-13; 9.15). “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4.16).
Em parceria com Editora Fiel.
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