"Alguns anos atrás, um advogado especializado em divórcio sugeriu
que a maioria dos casos de divórcio acontece como resultado de expectativas
romantizadas. Jack imagina que estar casado com Jill será o auge do êxtase. Ele
a chama de 'anjinho' e 'queridinha'. Ela é tudo aquilo de que ele precisa. Ele
canta para ela músicas românticas. Pouco tempo depois do grande dia, a
realidade surge: há mal-humor, ganho de peso, jantares queimados, secador de
cabelo, mau-hálito e cheiro de suor. Ele fica imaginando como foi parar ali.
Ele secretamente acha que ela o enganou. Ele apostou sua felicidade no
'rostinho de anjo' e perdeu.
Por outro lado, antes de se casar, o coração de Jill batia um pouco
mais acelerado quando pensava em Jack. Será o paraíso estar casada com ele.
'Jackie e eu e o bebê, nós três... no meu Paraíso Azul'. Logo há as cinzas de
cigarro, sua compulsão por esportes na televisão, pequenas atitudes que magoam.
As roupas são jogadas no chão em ordem cronológica. Seu cavaleiro em armadura
brilhante se torna um desleixado. A tampa da pasta de dentes sumiu. A maçaneta
que ele prometeu consertar sempre sai na mão dela. Jill chora muito, começa a
procurar "conselheiros matrimoniais" nas páginas amarelas. Jack a
levou de modo galante para ver o pôr-do-sol. Depois disso, tudo foi escuridão.
Em torno de 50% de todos os casamentos terminam em divórcio e 65% de todos os
segundos casamentos terminam em uma tristeza traumática. Quando esperamos que
alguém ou alguma coisa nos faça feliz, a desilusão é o resultado quase certo.
Tais expectativas são como um piquenique que termina com chuva. O lugar chamado
"Camelot" e a pessoa chamada "Certa" não existem... Certa
vez vi uma charge com uma mulher enorme de pé ao lado do marido franzino
exigindo: "Faça-me feliz!" Era uma charge e a intenção era fazer rir.
Era uma distorção da realidade. Por isso que era engraçada. Ninguém pode nos
fazer verdadeiramente feliz ou verdadeiramente infeliz."2
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