quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Despedida de Um Lider

Na vida e na realização da obra de Deus, muitos começam bem e terminam mal. Grandes líderes da Bíblia, da história antiga e moderna, como também da atualidade, construíram grandes obras, realizaram excelentes projetos, desenvolveram magníficos ministérios, mas, ao final, desconstruíram, desfizeram e destruíram tudo com as próprias mãos, mediante idéias e ações desprovidas de bom senso e equilíbrio.
Há varias dicas importantes que podem ser observadas, para o término de uma carreira de liderança bem sucedida.
Mendes (1999, p. 111-112), escrevendo sobre o ministério pastoral, nos dá as seguintes sugestões para serem aplicadas no final de uma carreira:
- Não endividar a igreja para o sucessor
- Preparar os irmãos, incentivando-os a receberem seu novo pastor com alegria
- Ter cuidado para não deixar dívidas pessoais, contratos não cumpridos, e outras pendências que poderiam comprometer seu bom testemunho
- Não exigir indenizações sobre qualquer pretexto. A igreja não é empresa, nem o ministério profissão
- Não “jogar” a igreja contra a liderança de ministérios e convenções no quais esteja filiado, e a quem deve respeito e submissão.
Muitos líderes resistem à idéia e a possibilidade real de encerrar a sua carreira. Eis algumas razões:
- Pensam ser insubstituíveis
- Temem por uma vida ociosa e improdutiva
- Não desejam perder ganhos financeiros, visto que na maioria dos casos de aposentadoria e jubilação, há perdas financeiras (muitos rachas acontecem e novos ministérios surgem por esta causa)
- Insiste na manutenção de alguns privilégios e status que o cargo ocupado lhes outorgam
- São pressionados pela família a se manterem no cargo (neste casos, geralmente, o cargo ocupado acaba servindo de “tetas” para os familiares)
- Não aceitam a idéia de que o seu tempo chegou ao final
Há também o seguinte caso, como bem escreveu Sanders (1985, p. 142) “O progresso da obra é detido durante anos, por homens bem intencionados, mas envelhecidos, que se recusam a desocupar o cargo, e insistem em segurar as rédeas diretivas em suas mãos.
Wong (2006, p. 199-206), aponta os seguintes princípios para terminar bem:
- Para terminar bem no final, temos que começar agora. Terminar bem não é uma consideração futura; ela deve ser uma obsessão do presente.
- Para encerrar bem o último capítulo, temos que terminar bem cada capítulo anterior. Não há como saber quando começaremos o nosso capítulo final, visto a incerteza do tempo da morte. Devemos viver a vida de maneira que, se ela expirar hoje, possamos ter motivos para sermos lembrados pelas coisas boas.
- Para terminar bem, necessitamos de uma perspectiva a partir do fim. Diante de uma decisão a ser tomada, é preciso pensar em como esta decisão afetará o seu final de carreira.
- Para terminar bem cada capítulo, precisamos encerrá-los com a consciência limpa. Estar em paz com nossa consciência é prioritário no caminhar em direção a um bom final.
- Como terminamos depende dos relacionamentos que deixamos para trás. As pessoas com quem andamos, nos relacionamos e escolhemos como amigos, sinaliza o tipo de futuro e final que almejamos.
- Terminar bem é tudo que importa no fim. Não basta alcançar o topo, é preciso descer com segurança, para não perecer na descida. Uma atenção equivalente, ou até superior, deve ser dada ao término, tanto quanto no início de qualquer empreendimento.
É preciso estar atento também às tentações. Muitos líderes no final de suas trajetórias caíram em pecado, envolvendo-se em escândalos sexuais, financeiros, etc.
Josué foi um grande exemplo de um líder que terminou bem. Assim como Paulo, e muitos outros líderes ao longo da história, o texto abaixo lhe é pertinente :
“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” (2 Tm 4.7-8)
Saber entrar é preciso, saber sair é vital.

Pr. Altair Germano

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